Após dias se queixando de dores, a cantora mexicana Anahí, do grupo RBD, abandonou um show em São Paulo, na noite de sexta-feira (17), e foi levada de ambulância para um hospital, onde está internada. Nas redes sociais, a artista atualizou seu estado de saúde e disse ter sido diagnosticada com uma infecção renal grave.
O quadro também é chamado pelos médicos de pielonefrite aguda, uma infecção bacteriana que se espalha da bexiga para os rins.
Um artigo publicado na plataforma médica StatPearls, disponível na Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA, descreve os principais sintomas dessa condição, que geralmente são febre, dor no flanco, náusea, vômito, ardência ao urinar, aumento da frequência de micção e sensação de urgência para ir ao banheiro.
A cantora havia reclamado de muita dor na região das costelas, um sinal de algum problema renal. Ela também teve febre de 38,6°C no dia anterior.
O que causa a infecção renal
De acordo com o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento, cerca de 90% dos casos são causados pela bactéria Escherichia coli.
A pielonefrite é mais frequente nas mulheres do que nos homens. Nos EUA, essa doença afeta de 15 a 17 em cada 10 mil mulheres, sendo as jovens e sexualmente ativas as pacientes mais frequentemente atingidas, segundo uma análise epidemiológica publicada no periódico científico Clinical Infectious Diseases, em 2007.
Geralmente, essas bactérias migram da área genital, pela uretra, até a bexiga. Em seguida, elas podem chegar aos rins, pelos ureteres.
“Em cerca de 5% dos casos, as infecções chegam aos rins, vindas de outra parte do corpo através da corrente sanguínea. Por exemplo, uma infecção da pele por estafilococos pode espalhar-se para os rins através da corrente sanguínea”, acrescenta o guia médico.
Diagnóstico e prognóstico
Anahí disse ter sido submetida a exames de sangue e ultrassom. O médico também pode solicitar um exame de urina para buscar piúria (pus na urina), um indicativo de infecção bacteriana no trato urinário.
O Manual MSD afirma que a maioria das pessoas com infecção renal se recupera totalmente. No entanto, “a recuperação atrasada e a possibilidade de complicações são mais prováveis se a pessoa precisar de hospitalização, se o microrganismo infeccioso for resistente a antibióticos normalmente utilizados ou se a pessoa tiver um distúrbio que enfraqueça o sistema imunológico [como certos cânceres, diabetes mellitus ou Aids] ou um cálculo renal”.
Tratamento
O tratamento da infecção renal pode ser feito em casa ou no hospital. Segundo o artigo no StatPearls, “mulheres saudáveis, jovens e não grávidas com pielonefrite não complicada podem receber tratamento ambulatorial, enquanto casos mais complexos exigem internação”.
O tratamento inclui o uso de antibióticos, analgésicos e antipiréticos (para febre), sendo os aines (anti-inflamatórios não esteroides) eficazes para controlar a dor e a febre associadas à condição.
Para infecções não complicadas, frequentemente causadas por E. coli, antibióticos orais são prescritos por 14 dias. Em casos mais complicados, o tratamento envolve antibióticos intravenosos.
O acompanhamento para pacientes não internados busca a resolução dos sintomas em um a dois dias, enquanto a realização de exames de imagem de acompanhamento é recomendada para casos complicados, identificando anormalidades que podem predispor a novas infecções.
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